PORTUGAL, PRONTOSS...
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Escrevi uma série de notas de viagem, mas não sei onde coloquei o meu caderninho preto... lol, daí que tenha de repetir o exercício.
Ao chegar ao aeroporto, lá arrastei as malas pelos meandros do edifício para não ofender os motoristas das Chegadas. Afinal, eu queria ir apenas para Lisboa. E como é sabido eles ficam zangados com as pessoas que querem ir para mais perto do que Bilga, uma pequena aldeia da Patagónia. A Antena Um lá enviava para o éter(num tom de voz dos anos sessenta) uma entrevista de um governantezito qualquer, com uma patacoada de empresa familiar para cá, cinco campos de golfe em plena Arrábida para lá, empresários felizes, blá blá.
Valeu-me o efeito Kiitos, que é uma dose de delicadeza misturada com simpatia educada (tudo embrulhado numa paisagem de neve, com florestas e lagos gelados) que os Finlandeses me tinham provocado. Enfim, o costume...
O festival de cinema de Tampere é especializado em curtas metragens. Não havia nenhum filme português seleccionado, embora algumas produtoras tivessem tentados. Mas havia muitos filmes suecos, russos e, naturalmente, finlandeses.
A ficcção nórdica era, no geral, fraquita, ao contrário das expectativas criadas pelas longas que nos têm chegado graças ao esforço da Zero Em Comportamento (de quem se aguarda com grande expectativa a organização da primeira edição do Festival de Cinema Independente de Lisboa, lá para o fim do ano). Os argumentos eram razoáveis, havia a preocupação de procurar uma estrutura sólida, mas frequentemente fomos desiludidos pela pouca ousadia das soluções encontradas. Um dos mais interessantes foi justamente o filme sueco que ganhou o Grande Prémio, "Headway" (em suomi: "UTVECKLINGSSAMTAL"). Momentos de grande hilariedade surgiram com dois dos filmes premiados, o documentário russo "Transformer" (dois homens partilham connosco a espera da equipa que os levará do sítio onde tiveram um acidente com um transformador eléctrico gigantesco...). E com o finlandês "LIIVI-LEA" (A loja de lingerie de Lea). Sobre este documentário, que vi duas vezes, sobre uma mulher velha que tem uma loja onde vende roupa interior do mais básico, tenho a dizer que passou em suomi (a língua finlandesa) SEM LEGENDAS. E que mesmo assim, fomos todos forçados a rir, imaginando apenas os comentários que a senhora fazia :) Espero um dia vir a perceber alguma coisa...
E que mais?...
Bom, a descrição do resto da viagem teria de meter a brancura da neve, a experiência estranha de fazer sauna no meio de gente que fala uma língua impossível enquanto se fustiga alegremente com ramagens de árvores, os pés descalços sobre o gelo. E um país que sendo organizado, não perdeu o sentido de humor ou se deixou arrastar pela obsessão da ordem paranóica como os países do centro da Europa.
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